Família, da Sato Company, estreia em 15 de agosto de 2024, trazendo uma emocionante jornada com influências japonesas e brasileiras.

Laços profundos e amizade em ‘Família’, novo filme de Koji Yakusho

Divulgação / Sato Company

Família, distribuído pela Sato Company, chega aos cinemas brasileiros no dia 15 de agosto de 2024. Com um roteiro que mistura influências japonesas e brasileiras, somos levados a uma viagem emocionante e profunda pela vida de Marcos (Lucas Sagae) e Seiji (Koji Yakusho).

Dirigido por Izuru Narushima, de A Morning of Farewell (2021), o longa-metragem propõe ao público um debate sobre a comunidade brasileira no Japão, que chegou ao país com o sonho de trabalhar, garantir uma moradia própria e ter uma vida estável. O filme é extremamente atual; de acordo com dados do Ministério da Justiça de 2023, o Japão tem aproximadamente 211 mil residentes brasileiros.

Moradores de um conjunto habitacional de brasileiros, Marcos e seus amigos se envolvem em um conflito com uma gangue, que passa a direcionar destruição e ódio aos jovens. É nesse cenário que o filme ilustra como laços familiares podem se formar em qualquer situação, independentemente de laços sanguíneos.

Marcos conhece Seiji, um artesão de cerâmica, e seu filho, Manabu, em uma tentativa de fugir da gangue. O jovem foi prontamente resgatado pela família de Seiji e, como forma de agradecimento, a comunidade brasileira convida o ceramista, Manabu, e Nadia (Malyka Ali) para um churrasco. Regado a samba, música e comida, o longa retrata as raízes brasileiras dos atores, que conquistam o público com muito carisma.

Além de debater a questão de imigração e emigração, o filme também aborda os conflitos que resultaram na morte da família de Nadia, deixando-a órfã e obrigando-a a se estabelecer em um campo de refugiados durante a infância. A sensibilidade do roteiro também abre espaço para outro debate: Manabu, que trabalha em uma indústria na Argélia, deseja voltar para sua cidade natal e trabalhar com cerâmica com seu pai. A ideia não é aceita por Seiji, que menciona as várias indústrias e empresas que fecharam na região. Seiji se orgulha de seu filho ter se formado em uma faculdade e trabalhado no exterior, ao contrário dele, que concluiu apenas o ensino fundamental.

Divulgação / Sato Company

Os brasileiros também foram afetados pela crise; ao chegarem ao país, perceberam que encontrar um caminho fácil seria impossível. Aqueles que estavam empregados em uma das fábricas da região logo foram despedidos, e, com a falta de dinheiro, as crianças não concluíram os estudos e precisaram trabalhar desde cedo.

Família traz vários questionamentos em sua narrativa: ‘Até onde é possível sermos corroídos pelo ódio?’, ‘É possível nos sacrificarmos por alguém?’, ‘O que define os laços familiares?’.

A junção das vivências de Marcos e Seiji no longa-metragem representa redenção, amor e esperança; afinal, todos merecem ter o direito de sonhar novamente. É através dessa premissa que vemos laços familiares sendo formados e justiça sendo feita.

Texto por: Nathalin Gorska