Decisão destaca contradições nos relatos do artista e indica ambiente de trabalho marcado por violência.
O Tribunal Distrital do Oeste de Seul absolveu uma ex-funcionária de Jang Woo Hyuk integrante do H.O.T. após concluir que ela não difamou o artista ao relatar episódios de conduta inadequada. A decisão saiu no fim de outubro e encerrou a etapa inicial do processo.
A denúncia se tornou pública em junho de 2022 e desencadeou uma disputa judicial que se estende até hoje.
Acusações incluem episódios de 2014 e 2020
A funcionária tornou pública sua denúncia em junho de 2022. Ela afirmou que enfrentou duas situações desconfortáveis durante o período em que trabalhou com o cantor. Em 2014, durante uma viagem de trabalho, ele teria atingido a parte de trás de sua cabeça dentro de um táxi.
Já em 2020, em uma emissora, ele teria acertado sua mão enquanto ela ajudava a ajustar um microfone, além de se dirigir a ela com um xingamento. Segundo a ex-empregada, esses episódios se somavam a um ambiente de humilhações frequentes. Além disso, colegas comentavam que “ele só não faria mais porque ela era mulher”.
Artista nega os fatos, mas relatos entram em conflito
Jang Woo Hyuk negou todas as acusações e abriu um processo por difamação.
A promotoria avaliou que o episódio de 2014 parecia real, embora considerasse falso o incidente de 2020, o que levou ao indiciamento da ex-funcionária em 2023.
No entanto, durante as investigações, o próprio Jang mudou sua versão diversas vezes. Ele afirmou que, foi agredido pela funcionária em 2020 e desencadeou medo de palco e sintomas de estresse pós-traumático.
Contudo, não houve registro de lesões, dor ou qualquer relato médico que sustentasse sua fala.
Testemunhas apresentaram versões contraditórias
As contradições se multiplicaram ao longo do processo. Testemunhos fornecidos por seu gerente, conhecidos e até um instrutor de dança mudaram entre as declarações dadas à polícia e aquelas apresentadas em tribunal.
Além disso, um conhecido que dizia ter visto a suposta agressão apareceu em uma gravação de 2021 agindo como se desconhecesse completamente o caso.
O próprio Jang também mudou o local onde o incidente teria ocorrido. Em uma ligação para a funcionária, disse que aconteceu no camarim; já em tribunal, afirmou que ocorreu no corredor.
Corte identifica comportamento abusivo
O julgamento ainda trouxe à tona relatos de abuso verbal. Em um dos episódios, Jang teria dito à funcionária que ela “não pertencia àquele lugar” e que deveria ser “grata por ser autorizada a entrar”.
Outros ex-colaboradores confirmaram que presenciaram atitudes agressivas semelhantes no ambiente de trabalho.
Justiça aponta tentativa de ocultar conduta
Para o tribunal, era pouco plausível que uma funcionária agredisse o CEO sem motivo.
Segundo os juízes, era mais coerente considerar que Jang, em posição de poder, teria perdido o controle e a atingido.
A corte destacou ainda que as inconsistências nas declarações do artista sugeriam uma tentativa de esconder seus próprios atos e transferir culpa.
Caso ainda não terminou
O Ministério Público recorreu da decisão, e o processo segue em andamento.
Mesmo assim, o veredito inicial fortalece a narrativa da ex-funcionária e levanta preocupações sobre o comportamento do artista no ambiente de trabalho.




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