Dirigido pela cineasta gaúcha Cristine Oliveira, o longa Até que a Música Pare está recheado de brasilidade e referências políticas.

Até que a Música Pare, produção brasileira, chega dia 03 de outubro nos cinemas 

Dirigido pela cineasta gaúcha Cristine Oliveira, o longa Até que a Música Pare está recheado de brasilidade e referências políticas.

Regado por autenticidade e elementos brasileiros, o filme leva para as telas as nuances da imigração italiana no Brasil, se destacando por sua proposta de resgatar e celebrar, de forma implícita, as tradições e os desafios enfrentados pelos imigrantes. Além disso, o longa possui o elenco formado pelo Grupo Caxiense Miseri Coloni, que descendem de italianos e possuem um dialeto próprio, o Talian, que é presente em grande parte da produção.

Dirigido pela cineasta gaúcha Cristine Oliveira, o longa Até que a Música Pare está recheado de brasilidade e referências políticas.

A narrativa do filme gira em torno de uma família que, após perder o filho em um acidente, precisa se reerguer e se reestruturar em meio às adversidades que surgem na trama.

A direção e a fotografia enriquecem ainda mais a história, uma vez que capturam e respeitam a beleza e as tradições que os atores e o roteiro possuem. Com paisagens da Serra Gaúcha, Julia Zakia, responsável pela fotografia, consegue levar o espectador para o centro da narrativa, em uma viagem cativante.

Além dos aspectos técnicos, o filme também se destaca pelas críticas políticas. Através de elementos inseridos na trama, como reportagens, vemos que os personagens estão localizados em um cenário de instabilidade política, com deputados sendo presos por corrupção e sonegação de imposto. Não é só nesse cenário que a política está inserida. Alfredo (Hugo Lorenzatti) mostra também sua insatisfação, ao ver que um deputado e sua esposa estavam sendo presos, enquanto o político dizia que acabaria com a “mamata” no país. Em seguida, a reportagem conta que cheques ilegais também foram depositados na conta da esposa do deputado.

O longa brinca com a instabilidade política do Brasil de hoje, ao mesmo tempo que traz uma nostalgia, devido ao cenário de interior em que a produção é ambientada.

Não é por menos que a diretora do filme Cristiane Oliveira recebeu o prêmio de Melhor Direção pelo filme no 42º Bergamo Film Meeting – International Film Festival, na Itália.

Texto por: Nathalin Gorska