A China está envelhecendo, não há bebês suficientes para garantir o crescimento econômico do país, os jovens não querem começar famílias ou ter mais de um bebê porque é muito caro, e a maioria deles cresceu como filhos únicos por causa das políticas governamentais.
Dados divulgados pelo National Statistics Bureau mostram que a taxa de natalidade do país despencou pelo 5º ano consecutivo, atingindo um novo recorde de baixa em 2021, e pesquisas revelam regularmente que um número crescente de jovens, especialmente mulheres, estão descartando o casamento.
A professora Li Tíng, que da aulas de sociologia da Universidade Renmin e dirige o Centro de Pesquisa para Família e Gênero na China, publicou um estudo intitulado “Um relatório sobre a visão dos estudantes universitários sobre casamento e filhos”, no qual determina, entre outras coisas, que um dos hobbies que levam ao casamento são os videogames, enquanto o anime leva à solidão e à solteirice.
A professora entrevistou cerca de 10.000 estudantes de mais de 30 universidades na China. Neles encontrou a relação entre esses hobbies e o interesse ou não de se casar e constituir família.
Após serem questionados sobre o por que queriam ser solteiros e não terem filhos, os alunos do sexo masculino apontaram a insegurança financeira, enquanto as do sexo feminino citaram a priorização de metas de carreira como principal motivo.
Depois de analisar todas as respostas, a professora afirmou que aqueles que gostavam de videogames competitivos eram mais propensos a ver o casamento de forma positiva, enquanto aqueles que assistiam anime ou liam muitas web novels tendiam a ter pouco interesse no casamento.
Mas a analise e conclusões de Li Tíng não foca somente nesses temas citados, a pesquisa também mostra que as redes sociais e o uso excessivo da Internet tem ligação direta com o desinteresse desses jovens em se casar.
A pesquisa não foi bem recebida pelos leitores e causou revolta no site Weibo (plataforma chinesa parecida com Twitter), principalmente por Li ter “culpado” as redes sociais, animes e internet. Os críticos dizem que é injusto retratar as mídias sociais e hobbies inofensivos de forma negativa em um estudo que investiga as baixas taxas de natalidade da China, ignorando os fatores reais que afetam diretamente as decisões das mulheres jovens sobre casamento e paternidade.
“Este relatório é um lixo direto. Há tantas notícias negativas sobre questões femininas, como violência baseada em gênero e discriminação sistemática no Weibo e Douban, quase todos os dias. As usuárias dessas duas plataformas são resistentes ao casamento e a ter filhos não por causa das próprias plataformas, mas pela frequência com que são expostas a conteúdo negativo nesses sites”.
escreveu um usuário do Weibo (em chinês)
“Há uma série de questões que ainda precisam ser resolvidas. Altos preços da habitação, altos custos de vida, período de reflexão do divórcio, tráfico de mulheres, só para citar alguns. Que tal você desviar sua atenção para estudos que terão um impacto real?
disse outro usuário do Weibo
Li não tira nenhuma conclusão precipitada de suas descobertas, nem propõe quaisquer políticas que restrinjam o tempo de tela e hobbies dos estudantes universitários, mas com certeza esse é um tema bastante polêmico e não é bloqueando esses acessos que será resolvido. E você, acha que os animes e redes sociais podem estar diretamente envolvidos na baixa taxa de natalidade da China?
Via: Supchina
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