Banana Fish desafia o conceito de anime shoujo com violência, conspiração e um dos finais mais tristes dos animes. Conheça essa obra.

Banana Fish: anime classificado como shoujo, mas que choca com sua história sombria

Quando se pensa em anime shoujo, a imagem mais comum é a de histórias coloridas sobre amores adolescentes, dramas escolares e protagonistas doces navegando por seus primeiros relacionamentos. Mas Banana Fish, adaptado pela MAPPA em 2018, quebra completamente esse estereótipo. Apesar de sua classificação como shoujo, a série entrega um drama criminal adulto, violento e devastador.

O enredo intenso de Banana Fish

Originalmente publicado na revista Bessatsu Shojo Comic entre 1985 e 1994, o mangá acompanha Ash Lynx, um líder de gangue adolescente em Nova York, que se envolve em uma conspiração mortal sobre drogas de controle mental. Ao lado de Eiji Okumura, um assistente de fotojornalista japonês, Ash confronta a máfia, o governo dos EUA e os fantasmas traumáticos do próprio passado.

A trama inclui temas como relações abusivas na infância, violência sexual, assassinato e corrupção. Tudo isso é embalado em uma narrativa madura que não oferece o menor traço da estética pastel típica de muitos shoujos.

A classificação shoujo que surpreende

O fato de Banana Fish ser oficialmente classificado como shoujo costuma chocar quem não conhece a história. A explicação está no contexto editorial: na década de 1980, as revistas shoujo passaram a explorar histórias muito mais ousadas e densas, resultado do impacto da onda feminista no Japão. Essa fase criativa permitiu que obras como Banana Fish ultrapassassem os limites da demografia e incorporassem temas que hoje pareceriam mais próximos de um seinen ou josei.

Muitos fãs ainda associam shoujo a romances leves e comédias românticas, mas o termo se refere apenas ao público-alvo original — garotas adolescentes — e não define o conteúdo ou tom da narrativa. Banana Fish mostra como esse conceito pode ser muito mais amplo.

Temas seinen em embalagem shoujo

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Ash e Eiji

O anime se distancia do romance tradicional e aposta em uma história brutal e trágica sobre crime e sobrevivência. Ao longo da série, Ash e Eiji desenvolvem uma conexão emocional profunda, explorando temas BL (Boys’ Love), mas em um contexto de violência e perda.

O desfecho agridoce é um dos mais marcantes dos animes modernos. Sem oferecer finais felizes ou reconfortantes, Banana Fish apresenta uma reflexão dura sobre como o trauma pode destruir até os laços mais fortes. A animação da MAPPA intensifica cada momento doloroso, deixando o espectador emocionalmente abalado.

Um clássico moderno indispensável

Banana Fish não é um anime que se encaixa nos padrões tradicionais de shoujo. Ao contrário, ele prova como o gênero pode conter histórias complexas, sombrias e destinadas a públicos muito além de seu nicho original.

Se você busca um drama impactante que mistura conspiração, violência, crítica social e relacionamentos humanos profundos, essa obra é absolutamente imperdível.